domingo, 24 de fevereiro de 2013

Sem medida de bonito ou feio

E quem disse que precisamos
ser belos?
Que lindura ver um sorriso
desfalcado,
mas verdadeiro de velho e criança!

Umas espinhazinhas na cara
(eu tenho aos montes!)
uns pneuzinhos aqui e alí
(opa! também os tenho)
uma unha encravada,
um carequinha se desenvolvendo.
Um peito maior que o outro,
um mais muxibinha,
uma sobrancelha mal feita,
ou um olho de cada cor.
Um peito peludo,
que uns odeiam,
mas eu gosto;
uma voz fininha ou aquelas bem graves,
uma estatura lá nos céus,
ou daqueles que não cresceu...
Pra quê ser capa de revista?
Pra quê ser tão lindo assim?
A beleza é uma mentira que colocaram em nossas cabeças.
A realidade de quem trabalha, estuda, paquera, chora
é outra.
Beleza (fora da dualidade)
está em acordar descabelada,
ter um remelinha no olho
ou um feijãozinho no dente depois do jantar.
Chega de padrões estéticos idiotas
que só fazem a nossa auto-estima
ser enterrada.
Quem disse que uma barriguinha não é sexy?
(eu pelo menos gosto de pegar uma barrinha masculina pra apertar)
Eu só quero parar com essa dualidade
de bonito e feio como positivo e negativo.
Eu sou tão humana!
Eu sou tão relativa!
Por que bonito e feio são tão relativos
que chega a ser estupidez delimitar
algo tão impalpável como esses dois conceitos.
Deixemo-nos sermos felizes
com aquilo que temos;
se é feio ou bonito,
quem se importa?
Eu, sinceramente, não!

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