terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O mito do casal perfeito

Se você é menina, com certeza poderei compartilhar com você desse mito. Tenho quase certeza absoluta que sua família colocava pra você assistir todos os desenhos da disney. E ao final de todos eles, TODOS FORAM FELIZES PARA SEMPRE com seus respectivos príncipes encantados. E ao final sempre mostra a perfeição do casal; rosto sorridentes, bonitos, abraçados ou se beijando... nunca mostravam problemas, só soluções. E sempre mostraram que eles - os príncipes - chegariam inesperadamente, de cavalo branco para tirar você da solidão da solteirice (ou dos perigos de alguma bruxa). Bastava você esperar... que ele viria com certeza.
Não foi assim que você cresceu pensando? Eu cresci assim. Não digo que acredito que isso aconteça, mas ficou tão enraizado dentro de mim que as vezes eu me pego esperando por esse tal príncipe como se fosse a mocinha de algum desenho da disney. Mas isso não vai acontecer.
A maior probabilidade é que eu vá ficar só. Na menor das hipóteses, vai aparecer um cara comum, com defeitos tradicionais, comportamentos as vezes reprováveis e que me trará até uma certa alegria com os filhos, mas que nunca se igualará ao que eu tenho inconscientemente esperado (já que isso foi construido em mim desde a infância. Por mais que eu diga não, meu inconsciente sempre vai esperar por 'ele')
E, claro, se você é bookaholic como eu (bookaholic - alcoólatra de livros) vai se deperar com o maior mito do casal perfeito que existe: ROMEU E JULIETA.
Todo mundo conhece a história.
Conhece a história não?
Tá na hora de conhecer! É um clássico!

Resumindo: Suas famílias são inimigas, mas durante uma festa dada pela família Cappuleto, Romeu entra escondido e eles se apaixonam. Sim, é de uma olhada só e ele fala coisas belíssimas para ela.

"Se minha mão profana o relicário em remissão aceito a penitência: meu lábio, peregrino solitário, demonstrará, com sobra, reverência"

No mesmo dia, mais a noite, eles confessam seu amor mais uma vez no balcão da casa (tipo uma sacada na janela) e dizem mais coisas lindas um para o outro.

Mas silêncio! Que luz se escoa agora da janela? Será Julieta o sol daquele oriente? Surge, formoso sol, e mata a lua cheia de inveja, que se mostra pálida e doente de tristeza, por ter visto que, como serva, és mais formosa que ela. Deixa, pois, de servi-la; ela é invejosa. Somente os tolos usam sua túnica de vestal, verde e doente; joga-a fora. Eis minha dama. Oh, sim! é o meu amor. Se ela soubesse disso! Ela fala; contudo, não diz nada. Que importa? Com o olhar está falando. Vou responder-lhe. Não; sou muito ousado; não se dirige a mim: duas estrelas do céu, as mais formosas, tendo tido qualquer ocupação, aos olhos dela pediram que brilhassem nas esferas, até que elas voltassem. Que se dera se ficassem lá no alto os olhos dela, e na sua cabeça os dois luzeiros? Suas faces nitentes deixariam corridas as estrelas, como o dia faz com a luz das candeias, e seus olhos tamanha luz no céu espalhariam, que os pássaros, despertos, cantariam. Vede como ela apoia o rosto à mão. Ah! se eu fosse uma luva dessa mão, para poder tocar naquela face!
Eu não vou negar... eu amo essa história! Amo muito! Por mais que minha racionalidade não goste, mas meu inconsciênte vive a esperar um Romeu, um príncipe por aí.... mesmo que isso seja só um mito.



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