domingo, 16 de janeiro de 2011

Carta de amor de séculos passados

Minha mui querida Carla

Encontro-me aqui, deitado em minha cama aclamando pelo sono, mas ele não vem. E meu único motivo para não dormir é lembrar-me de ti. Quando poderei outra vez, disfarçadamente sentir o toque suave de tua mão na minha, mesmo que por um breve momento de distração?
A tua pele alva lembra-me os primeiros dias claros e puros do inverno com os cristais de gelo a roçar a minha pele trazendo a lembrança da alegria que essa estação me traz. E esses teus olhos, que não me canso de olhar? Verdes como as folhas em amadurecimento. Como se toda a vida, toda a seiva estivesse contida dentro deles e que posso roubar uma nesca ao simples olhar para ti.
Teus lábios rubros convidando-me ao atrevimento que não posso, pois o pouco que falas comigo és como a voz do anjo que toca minh'alma e eleva-me aos céus. Dar-te-ia milhares de presentes se assim aceitasses a minha corte para que o futuro seja compromissado em união de nossas famílias.
Se entedesses o quanto te adoro, querida alva de meus olhos. Pomba branca que traz paz ao meu coração e ao mesmo tempo tempestade por surpreender-me o coração a cada dia que te vejo passear lado a lado com tua aia a conversar coisas da casa.
Espero ver-te outra vez seja pelas alamedas em que passeias com tua dama de companhia para aproveitar a luz do Sol pela manhã (apesar de achar que a tua luz é mais intensa e reconfortante do que do próprio Sol dos céus), sejam nos sarais realizados por teu abençoado pai que possibilitou que meus olhos fossem abençoados com tua presença, seu rosto rubro quando me vê sorrir-te e tua voz quando pergunta-me como vou ou quando dás-me bom dia.
Ansioso pelo próximo encontro. Sinto já falta da tua visão belíssima e de tua presença...
Que nosso próximo encontro possa durar mais alguns minutos e que eu possa, não sem querer, mas por querer conseguir sentir mais uma vez o veludo de tua mão e assim beijar-lhe mãos tão santas e abençoadas.
Até, minha pomba alva
Até mais ver...
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(Tá, eu inventei. Mas vamos imaginar que é mais ou menos 1760... 1830 e algum desses fidalgos se interessou por mim... e aí ele me manda essa linda carta. Aceito casar com ele? Ou não?)

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