quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Um pouco sem inspiração.
Os últimos poemas estão no caderno e eu ainda não o achei. Quando achar, posto aqui.

Enquanto isso... Augusto dos Anjos

O POETA DO HEDIONDO

Sofro aceleradíssimas pancadas
No coração. Ataca-me a existência
A mortificadora coalescência
Das desgraças humanas congregadas!

Em alucinatórias cavalgadas,
Eu sinto, então, sondando-me a consciência
A ultra-inquisitorial clarividência
De todas as neuronas acordadas!

Quanto me dói no cérebro esta sonda!
Ah Certamente eu sou a mais hedionda
Generalização do Desconforto...

Eu sou aquele que ficou sozinho
Cantando sobre os ossos do caminho
A poesia de tudo quanto é morto!



VOCABULÁRIO (para os que têm preguiça de ir ao dicionário)

Hediondo - Repelente, repulsivo, horrendo.
Coalescência – Junção de partes que se encontravam separadas.
Clarividência – Capacidade de ver com clareza.
Neuronas – A célula nervosa com seus prolongamentos.
_______________________________
*Peço desculpas aos que detestam poesia de Augusto dos Anjos, mas eu, simplesmente, adoro.
Sei que a maioria gosta de poesias luminosas, claras, angelicais, românticas... mas é esse tipo de poesia (do Augusto dos Anjos) que me faz vibrar a alma por dentro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário