terça-feira, 15 de julho de 2025

Como conjuga o verbo desejo?

 Como conjuga o verbo desejo?

Se eu usar o passado simples,

A pulsação já foi, passou.

Mas se foi e ainda é?

Que verbo se usa e que não sei qual é?

 

Parece até o Chaves pedindo desculpas

É um sem querer, mas querendo.

É um arrependimento desejoso de repetição.

É filme repassado um bilhão de vezes

No cinema da memória.

E o coração pulsa de novo,

A mão vibra, o corpo água...

 

O que a gente faz com o verbo desejo?

Onde esconde? Onde muda a direção disso?

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Eu queria mais que teu abraço 

Não tô dizendo que não são bons,

Meu Deus, como são!

Parece retorno pra casa,

Momento que o plexo solar

Desabrocha e eu sinto

eu, você e nós...

Essa coisa de pele, de mãos, de toque

É inebriante, gostosa, viciante...

Mas eu quero mais do que beijos trocados,

que mãos atrevidas e olhares apimentados.

Eu quero mais do que isso.

Eu sou mais que isso!

Eu queria ser aquela pra quem você volta,

A doida que divide um neurônio contigo

nas risadas e piadas que só a gente entende,

Queria costurar tua roupa rasgada

e mostrar pro mundo inteiro

que eu te cuido e te desejo.

Mas queria chorar no teu peito

sem medo e sem culpa.

Queria viver uma vida

jurando a próxima de tanta vontade de estar junto.

Queria ser tua massagista amadora

que termina qualquer coisa simples

numa safadeza com você.

Queria deixar minha mão ser bem atrevida,

te acelerar os batimentos enquanto

toco uma parte tão boa de você.

Queria ser seu lar e não só lambidas...

Queria ser teu porto seguro pra tudo...

Queria ser teu primeiro e último pensamento.

Mas se eu for só a fantasia, o fetiche...

Por mais desejosa, aguada e faminta 

que eu me encontre...

Eu digo, entre lágrimas, que não.

Quero e não posso.

Quero demasiadamente muito e não devo.




Quem sabe isso tudo só eu penso... 

e sua mente está tranquila, 

vazia, serena e eu aqui, 

rasgando palavras pra seguir

domingo, 15 de junho de 2025

Quem me dera...

Quem me dera ser um cavalo de aposta.
Aquela em que você deposita sua fé,
Que sabe o seu valor
E faz jus ao preço
Aquela por quem você tem apego
E não só fica quando der ou for. 

Quero ser a rainha da tua vida
Tratada melhor que a pão de ló 
Quero regalias da exclusividade, 
Não ser procurada só quando suas necessidades
Te fazem emocionando e só.

Eu quero ser a única em teu corpo e coração,
Dos teus pensamentos e desejos, prioridade 
A cada momento de bobeira ou de saudade,
Ser teu primeiro contato de ligação.

Mas as vontades e desejos de mulher
Quase sempre são esquecidos,
Porque infelizmente o machismo
Toma a frente e faz o que quer

Chega devagar, bem de mansinho,
Faz a gente, até às vezes suspirar 
Mas rasga o ponteiro de tempo, 
Não dá tempero, tempo ao tempo
Joga abrupto sem solicitar. 

Mal entende que se me "cozinhasse"
Devagar, me regasse de gracinhas 
Me encontraria mole, facinha,
A te amar, te adorar e te saciar.

Mulher também tem fome, 
De amor, exclusividade, sexo, atenção. 
Mas se souber ir devagarinho, 
Souber mexer os pauzinhos,
Me tem fácil, na palma da mão.


domingo, 29 de outubro de 2023

Criatividade - 50

 Sinceramente não tenho tido vontade de escrever nada.

Poesia menos ainda. Vontade zero... na verdade, -50.

A vida anda tão atribulada com os afazeres de trabalho... que não tem sobrado tempo pra criatividade em ramo nenhum.

Eu me sinto só cansada.

Vontade de me aposentar. Porque o trabalho está tão cansativo, tão massacrante.... me sentindo tão sugada.

Me sentido oprimida no trabalho. Não pelas diretoras, mas pela própria SME.

E as crianças estão tão sem limites... ninguém respeita nada em sala.

Então eu ando cansada.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

NÃO TENHO ESCRITO NADA

 Não tenho escrito nada. A poesia ficou sugada de mim. Gosto de poesia, mas não tenho tido vontade de escrever em versos. Nem sei se alguma hora a vontade vai voltar. Quem sabe para alguma história de criança, mas não sinto mais prazer em escrever.

Algumas outras histórias ainda ficam rondando a minha cabeça, mas minha vontade de escrever poesia é praticamente nula. E escrever histórias é muito pouca.

Então esse lugar está sendo só um museu. Pode ser que mude? Pode, mas sem muita esperança. Espero que entendam. A vida adulta, de um professora de escola pública que se sente extremamente desvalorizada pelo governo não me dá vontade de nada.

Procure outros poetas, outros escritores. Melhor para você.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Ah! Tua imagem é
sempre nota dez
causando furor
aqui dentro do peito.
O tum-tum-tum ritmado,
que na avenida dos amores
era o supremo campeão,
ao pousar os olhos em você
tropeça e erra o ritmo do enredo.
Pode até perder pontos
na desenvoltura,
mas perde bonito
e de coração!

Carla Luz
Se tudo fosse apenas
um sonho maluco,
uma fantasia erótica...
estava tudo bem.
Com o movimento certo
a tensão diminuía,
o clamor calava,
um banho frio dissolvia.
Mas vai dizer
ao meu coração maluco
que se apaixonou
por um sonho,
de que não deve
suspirar, desejar,
querer?
Faz o peito se acalmar?
Mata as borboletas
estomacais, mata?
Por quê isso acontece
com as almas mais
incandescentes?
Aquelas cujas palavras
dilaceram e rasgam,
maltratam e tornam eterno?
Eu podia te ver e não tremer,
olhar e deixar passar,
mas eu vejo, olho,
suspiro, angustio, enciumento,
deliro, sonho
e perco a direção.
O chão apagou
enquanto meu coração
martela no peito
feito louco.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Capela - 9 de Agosto de 2017

Esse poema eu fiz quando a mãe de uma amiga faleceu e eu fui ao enterro...


Reunião de saudades.
Abraços esticados
nos quais a lacuna
é o tempo.
Eu creio na reencarnação.
Eu sei, eu sei.
Mas alguém,
me faça o favor,
e avisa a saudade
sobre essa verdade
pra acalmar o coração?
Na barriga da mulher aqui;
um corpo que vem,
e há tantos aqui que vão.
A música já dizia
do vai e vem...
Mas a sensação​
só vem.
Nunca se vai.
A capela reúne
parentes antigos,
de qualquer classificação,
grau de sangue ou coração.
A capela reúne.
Não é aniversário,
Não é comemoração.
Mas tem um contingente
basilar de emoção.
Os abraços não são calorosos.
São mesmo necessários,
mas dolorosos,
cada um sabe dos seus.
A Capela é a morada inicial da saudade,
Mas do corpo,
O último adeus.

Carla Luz

Tua imagem

Um sorriso malandro
samba em meus lábios
ao ouvir teu nome.
Até quem me vê
na fila do ônibus
sabe que te tenho
como crush, meu bem!

Rasgo o verbo em elogios
tentando conquistar atenção
com rimas tolas
e eloquência prolixa.
Desculpe, meu bem
(meu Dante, meu anjo),
mas tua imagem
me causa sorrisos bobos
e verborragia
em forma de poesia!

Carla Luz

domingo, 10 de dezembro de 2017

Um poema para Patrick

24 de Setembro de 2017...

O amor da minha vida
Mora do outro lado do vidro
Aparece em LED, 4K, HD
Só pra me fazer babar...
O anjo dos meus sonhos
Vive nos palcos da vida
Mudando de rosto,
Cantando milhares de músicas
Dando vida a seres que nem sei...
Aquele que me fascina
Nunca me viu,
Se me viu foi uma vez, quiçá duas,
Mas não me processou na memória...
Eu sigo aqui de longe,
Amando uma imagem impalpável,
Distorcida que nem deve ser ele mesmo.
Aquele que me arranca sorrisos,
Mal sabe de mim.
Que eu sou a mulher da sua vida,
Quem sabe em outra vida
Quando eu for do seu sabor...
Eu sigo só olho, admiração e coração
Na prece muda
De que tudo dê certo
Na vida dele em que não sou.
Nem vírgula estou.
Eu sigo, curto, compartilho, guardo
Cada um dos seus retratos
Dos quais nem memória sou.
O amor da minha vida
É personagem de um livro
Daqueles que nem faço parte
Nem figurante sou escrita.
Meu anjo vive no pensamento
Eu distante
nesse mundo aqui. 


Carla Luz

domingo, 3 de dezembro de 2017

Adeus, poema! Adeus!

























O poema empacou.
Tudo que escrevi,
apagou.
Toda verdade bem dita
era maldita
pro coração.
Ah! O poema era lindo,
mas foi cortado,
censurado
e fechado a sete chaves.
Quem sabe
o futuro descortinará?
Mas toda a minha emoção
mórbida de poetisa recusada
ficará aqui,
no passado...
esquecido.
Quem sabe um poema
sem sentido
o futuro colherá...
Adeus. poema,
adeus!

Carla Luz

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

O amor é perigoso


O amor é algo perigoso.
Acelera o coração,
borboleta estômagos,
gelatiniza pernas,
enciumenta repentinamente,
lacrimeja olhos sem aviso prévio,
anuvia pensamentos,
encaramilhola os cérebros.
A razão paralisa
diante de um coração
apaixonado.
Nada mais escuta,
nada mais racionaliza.
Tudo é toque,
tudo é visão,
Os sonhos dominam os olhos abertos
e expectatizam horizontes.
O amor é algo perigoso.
Se não for mão dupla...
É causa perdida.
Por isso, alerto-me
O amor é perigoso.

Carla Luz

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Poema novo, feito sexta feira, 14 de Julho de 2017

Eu queria
meu verso
assim popular
na boca do povo,
tatuado no muro da esquina
e que o bebum da padaria
de cor soubesse declamar.

Queria que meu poema
arrancasse riso,
arrancasse suspiro,
uma lágrima furtiva,
uma saudade,
um pesar.

Que pudesse mexer
contigo.
Que  te convencesse
que meu amor é puro,
impuro de desejo
nesses olhos castanhos
que os meus verdes
foram pousar.

Queria meu poema
vivo!

Na boca do povo!
No samba enredo,
no palco, novela,
misturado na novena
das beatas que vão rezar.

Deixa meu verso viver!
Deixa eu ser poetisa pra você!
Deixa?