quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Capela - 9 de Agosto de 2017

Esse poema eu fiz quando a mãe de uma amiga faleceu e eu fui ao enterro...


Reunião de saudades.
Abraços esticados
nos quais a lacuna
é o tempo.
Eu creio na reencarnação.
Eu sei, eu sei.
Mas alguém,
me faça o favor,
e avisa a saudade
sobre essa verdade
pra acalmar o coração?
Na barriga da mulher aqui;
um corpo que vem,
e há tantos aqui que vão.
A música já dizia
do vai e vem...
Mas a sensação​
só vem.
Nunca se vai.
A capela reúne
parentes antigos,
de qualquer classificação,
grau de sangue ou coração.
A capela reúne.
Não é aniversário,
Não é comemoração.
Mas tem um contingente
basilar de emoção.
Os abraços não são calorosos.
São mesmo necessários,
mas dolorosos,
cada um sabe dos seus.
A Capela é a morada inicial da saudade,
Mas do corpo,
O último adeus.

Carla Luz

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