domingo, 11 de agosto de 2013

Ponto.


Um cavalo branco de crinas ondulantes
chegou ao vento trazendo um homem
tão belo como o sol da manhã.
Em seu belo rosto depositava
um sorriso de esplendor.
E dos olhos eu sentia
que podia me perder,
dar as mãos a ele e ir embora
para ser feliz, ser feliz, ser feliz, ser feliz para sempre.
Sem pensar nem meia vez,
montei em seu cavalo,
assim sentada de lado,
como nos filmes em preto e branco.
Fui ouvindo a sua voz dizer-me coisas lindas,
versos claros, versos lindos,
doze sílabas, decassílabos,
os maiores sonetos de amor.
Meu coração em pulos pulava
assim como trotava o cavalo
ao levar nossos corpos para longe.
E eu junto dele permanecia,
parecia que há tempos o conhecia
de outras vidas, outras histórias,
onde eu sempre o amava,
o procurava e sentia assim
que era ele o "sempre"
que faltava na minha frase de esperança.
Mas o trote foi aumentando,
uma angústia aparecia,
como acinzentar um quadro colorido,
crescia sem parar.
Por mais que eu dissesse
"pare, meu bem",
meu querido bem tornou-se surdo,
num baque inoportuno
eu caí de cara do chão.
Ei, cadê o verde, o cavalo?
Meu príncipe?

Nada. Só via o azulejo do meu quarto,
o lençol amarrotado,
todo enroscado em minhas pernas.
Foi um sonho idiota.
Nada mais.

E a lembrança do príncipe ficou.
Para me alertar que esse tipo de sonho
é sonho. Ponto.

Um comentário:

  1. Olá, amei o texto

    Já estou te seguindo... dá uma passadinha lá no meu blog :D

    http://storytimestoryteller.blogspot.com.br/

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