domingo, 7 de abril de 2013

Saudade é um beliscão

Eu disse a mim mesma
"não vou pensar mais nele!
Quer fazer silêncio e distância
e que ele tome do próprio veneno!"
Fui enfática, falei até em voz alta.
Mas todo dia eu lembro,
todo dia tomo um beliscão aqui no peito,
uma pitadinha de saudade.
Eu fui tentar me analisar,
descobrir,
entender o que é isso.
Eu só sei que é saudade.
Saudade de me sentir amada,
saudade de me sentir vital para alguém,
saudade de fazer saudade.
Vou viver para sempre tendo saudades de você,
mesmo que você me xingue
e não queira mais olhar para mim.
Tudo bem.
Mas nada disso retira o amor que senti por você
e a saudade que vêm com isso.
Eu sinto imensa falta de você.
Mas eu nasci para ser livre
e não podia grudar-me em você daquele jeito.
Você amava como uma gaiola ama um passarinho,
com cadeado, com chave passada
e eu quero ser amada como árvore,
onde há pouso, mas liberdade para ir e voltar.
Não vou pedir perdão pelas palavras ditas.
E você, do mesmo jeito, não peça perdão.
Eu te amei e o amor vai assentando
e sendo guardado na memória,
sendo deixado para trás.
Teu nome, tua lembrança
ainda é um beliscão assustado e dolorido
Mas que vai passar.
Não será esquecido,
mas deixará de ser tão dolorido.

2 comentários:

  1. Lindo texto. A saudade dói muito no começo, mas depois fica apenas a doce lembrança.

    http://blogprefacio.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Doce quando tudo termina bem... quando termina "meio" mal... não são tão doces as lembranças.

      Excluir