sábado, 10 de novembro de 2012

Escrita

Eu ando muito ligada nessa coisa de ser escritora. Tô terminando meu livro infanto-juvenil e tô empolgadíssima!

Eu tentava descrever a velhinha, mas ainda não tinha ela visualizada na minha mente por completo. Até que numa busca no google, eu achei a foto de uma velhinha que é praticamente o meu personagem todo. Uma velha preta com cabelos grisalhos e que tem um olhar sabido e safadinho, daqueles que sabe quando os netos fazem merda e dá um risinho interno. Mas que também tem força o bastante para dar umas chineladas e histórias suficientes na cabeça pra preencher um dicionário inteiro.
Depois disso, eu tive dificuldade de achar o nome do meu narrador. Por que o livro é narrado por uma criança de uns 8/9 anos. Neto dessa velha sabida. Eu pensei nos nomes dos amiguinhos deles, mas o nome dele ainda era um mistério. Ele é uma criança normal, negra, moradora de favela, estudante de colégio público que gosta de ver desenho, novela, filme de ação, jogar vídeo-game e mora com sua avó e sua mãe. Um típico menino de Zona Oeste do Rio de Janeiro. Mas e o nome dele? Eu não queria um nome complicado. (nada do tipo do que eu gostaria de colocar se tivesse um filho: Sidarta). Também não queria um nome bíblico já que a sua avó não é católica. Não queria um nome difícil, mas nada que pudesse ser colocado no diminutivo. Meu narrador tinha hora que era calado, um menino observador, super ligado à sua avó e que adorava jogar futebol. Mora numa favela que, agora tem asfalto, mas ainda tem uma parte cheia de mato que as vezes tem desmoronamento. Não é super bagunceiro, mas faz suas artes.
E o nome dele? Foi uma dificuldade, mas eu achei. Um nome curto e interessante. De onde surgiu a ideia? Rá! Lá no trabalho. Eu passei a tarde toda pensando num nome enquanto dava aula para meus alunos. Toda hora eu falava o nome de alguém pra ver se esse nome "vestia" bem no jeito do moleque da história. Mas nenhum cabia direito. Até que alguém, na hora da saída, falou o nome desse responsável... eu repeti o nome na minha boca e ele preencheu certinho o espaço do menino. Falei mais algumas vezes e coube na boca e no narrador. Tá aí, meu narrador-personagem: Ivo.

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