sábado, 12 de novembro de 2011

Henriette II




Sou o cavaleiro que deve preservar
a honra,
quando o coração quer pecar
por tanto amar
e saber-se amado.
Seguro-me nem sei onde
por manter a nos dois
com honra suficiente
para encarar o mundo.
Mas amo-te, minha flor da primavera.
Amo-te até mais do que nos áureos tempos,
em que achava que serias somente minha.
Amo-te até a dor do peito
cegar-me os olhos com as lágrimas
da lástima de ver-te nos braços
do meu mais bem amado amigo.
Flor da Primavera,
deixe-me partir
e tentar assim esquecer-te,
ou não, mas acalmar
esse turbilhão de sentimentos povoados
em nossos corações.
Sofreremos com o carrasco
chamado saudade,
mas não faremos ninguém sofrer,
seu e meu bom amado George!
Longe...
Longe não seremos pecadores
de nosso amor.
Deixe-me partir,
dá-me teu adeus a contragosto...
permita-me ir embora
sabendo de teu amor
com a lágrima da infelicidade
que o destino impôs a nós dois.
Deixe-me partir.
Nenhuma senhora habitará
teu lugar no meu coração.
Serei ainda eternamente teu,
apesar de nunca ser teu fisicamente.
Deixe-ir! Por amor
ao que temos em comum: George!
Deixe-me ir embora.
Tuas lágrimas são as minhas também.
Deixe-me ir...
Deixe eu levar a certeza do teu amor,
e a tristeza da não concretização.
Deixe-me ir, Henriette!
E seja feliz o quanto conseguir...
Vá! E deixe-me só
despedindo-me das tuas lembranças
pregadas em mim,
do teu sorriso, da tua voz
e das nossas esperanças frustradas.
Deixe-me ir...
Deus haverá de acalmar
as nossas lágrimas.

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