segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Metade verdade, metade mentira

Ainda sinto o coração pulsar quando você chega.
Ainda sinto medo quando você não sorri,
quando você diz estar mais ou menos.
Eu ainda acho o seu cabelo castanho um proeza.
Eu ainda sinto o corpo tremer quando ouço a sua voz.
Eu ainda sinto o coração perder o compasso quando você me olha,
mesmo eu sabendo que você não sente assim,
que sou eu que invento...
sou só eu que sinto...
Eu só queria ser alguém que traz felicidade pra você,
ser aquele coisa que tá faltando,
aquilo que mais se deseja,
a pessoa que completa de maneira amorosa.
Sei que sentis de maneira fraterna...
Isso é bom, isso é lindo, eu quero isso.
O problema é querer um pouquinho mais.
Sei que não sou um troféu bonito para mostrar,
mas eu teria outras coisas que muitos troféus não tem para oferecer,
pois que são vazios.
Mas tudo, mais do que provavelmente, inevitavelmente...
faz parte somente da minha vontade de ser feliz contigo e
não daquilo que você também quer.
Então, calo-me.
Finjo ser bom só ouvir-te,
ter que olhar teus ombros e não poder recostar-me romanticamente neles,
ver teus belos cabelos e não acarinha-los na profundidade dos meus dedos,
ver teus lábios e ter vontade de chorar
por que eles eu não posso beijar...
Sentir o coração perder o compasso, tentar encontrar outro ritmo do teu lado
e não poder dizer toda a poesia de amor que há aqui,
só pra você.

Então, vou treinando uma fraternidade fingida.
Confessadamente fingida, pois a cada dia que te vejo,
eu tenho que mentir pra mim e pros outros que somos amigos.
Da sua parte sim.
Da minha parte também.
Mas da minha parte é metade verdade, metade mentira.

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