quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Fuxicando no orkut, acabei encontrando esse poema na comunidade "Literatura Marginal Moderna - http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=5950631


Calça jeans batida
Camiseta preta
Tênis velho, sujo

Que poeta é esse?
Que maluco é esse?

Na mesa de um bar qualquer
Fala de música, mulher, cultura
Fala de cinema, informática, literatura.

Que poeta é esse?
Que maluco é esse?

A donde ele estiver
Fala de ciência, religião, filosofia
Fala de desenho, da vida alheia, de geografia
Fala do que quiser.

Que poeta é esse?
Que maluco é esse?

Leandro - perfil no orkut - http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=2011159137749887861

Estava dando uma olhada no orkut alheio, como é de praste (eu não resisto!), e achei o poema desse rapaz Leandro (nem sei quem é). Achei ele(o poema) muito bom.
Gostei quando ele pergunta "Que poeta é esse? Que maluco é esse?"
Já reparou que muito poetas são meio doidos? Eu não sei se todo poeta é meio maluco ou se todo maluco é meio poeta.
Hoje eu estava vendo o programa da Tv Escola - Semana da Poesia (muito bom!), e estava passando uma reportagem sobre a produção artística no Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro. Mostrando que há um grupo lá que trabalha a música, a poesia e são todos muito bom. Havia um rapaz muito criativo, que se deixasse fazia umas 8 músicas por dia! Acho que realmente todo poeta é um pouco louco.

Mas ao mesmo tempo que os poetas são loucos, são pessoas normais. Usam jeans velho, blusa preta e tênis velho e sujo como todo mundo. Não há nada de extraordinário em se fazer poesia. Só o fato de captarmos a realidade, e descrevê-la de uma maneira diferente, da nossa maneira, diferente de qualquer outra pessoa.
Esse poema não coloca o poeta num pedestal, como acontece com os atores na televisão; mas nos coloca no mesmo patamar de qualquer cidadão: vamos ao bar, falamos de política (falamos mal da política), falamos mal do vizinho, de religião, de literatura (mesmo sem notarmos), de geografia, de tudo como todo mundo.
O que eu mais gostei nesse texto é o fato de que eu posso ser igual a todo mundo e ainda ser poeta.
Acho que isso é ser um pouco poeta marginal, que não precisa estar na academia brasileira de letras, não precisa ficar famoso, não precisa vender livros, fala sobre o que quer e sobre o que gosta, na hora que quer, é aquele que fica na margem, como a maior parte da população do Brasil.

Um grande abraço!
Carlinha

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