segunda-feira, 17 de julho de 2017

POEMA FEITO EM 2 DE JULHO DE 2017

Eu não sei pra quê
Essa mania de perfeição.
Não se admite uma espinha,
Uma cicatriz, uma barriga,
Um pelo na orelha
Um dente torto, nariz grande
A pele não lisa.
Hoje se venera
A barriga chapada,
O cabelo sem fio louco,
Os dentes militares,
Os peitos duros, eriçados,
Empinados como cheios de tesão.
Onde está cada um
Do seu jeito único?
O mundo parece uma loja Pop
Vendendo perfeições
Onde todo mundo se parece.
A diferença é falada, louvada,
Mas deixada na prateleira do fundo.
A moda é xerox.
Dentes alinhados, brancos,
Cabelos pintados, unhas vermelhas,
Todos quase fazem cross fit,
Comem sem glúten,
Sem farinha, sem ovo, sem leite, sem...
E colocam fotos no Instagram.
Gente vitrine.
Ah! Canso-me!
Detesto essas lojas de iguais!

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