segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Rendição



Amar é sofrer
e escrever é amar.
Tenho medo de amar,
por isso tenho
deixado de escrever.

Se o poema me obrigar
renderei-me sem lutar
ao algoz verbalizado,
ritimado
pela luz que enxergo
em ti ao teu
retumbante sorriso em mim.

Ó, sina cruel
de quem derrama versos
em lágrimas
de amor!
Por quê, ó Deus,
fazes isso comigo?
Por que não consigo ser
como todo mundo,
normal,
casual,
trivial?
Tenho que ser assim...
tão anormal?

Mas se o verbo me render
apontando suas armas
pontiagudas
e ferinas
como brilhos e sorrisos,
gargalhadas e suspiros,
como resistir?
Darei tudo o que tenho.
Verbo, versos,
palpitações
e dilacerações cardíacas.
Tudo fruto de uma
esperança
chamada Amor.

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