domingo, 31 de agosto de 2014

Poesia Erótico-Verbal


Pela aquela frase enorme
e despe-a.
Vai tirando toda a roupa
adjetival, pronominal...
E deixa a raiz da palavra,
pelada,
sagrada,
virginal.
Chupa os pingos dos "is",
coloque o dedo nas vírgulas,
essas desavergonhadas frasais,
que separam as coisas certas,
fazem pausas para o nosso fôlego, ah!
Despiu?
Agora veste de metáforas,
cobre-as de analogia,
fantasia qualquer coisa
para o gozo dos olhos.
Pega forte a ideia,
joga no papel a bendita,
massageia os elogios,
adjetivos, numerais, pronominais, ocultos, implícitos,
substantivados, regulares, reduzidos, metafóricos,
pronominais, vocacionais,
Dê-me, me dê, me dê, dê, dê, dêêê!
Agora pausa no ponto parágrafo.
Respiração numeralmente longa
pelo gozo verbalístico.
Um sorriso adverbial na cara...
Não disfarça! Todo mundo já percebeu;
você fez sexo com as palavras.

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