quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O que seria da minha vida se o meu primeiro namoro tivesse dado certo?
Quem sabe eu estivesse casada, com filhos, com um consultório de psicologia em Bangu e só.
Quantas palavras eu não teria escrito.
Quantas lágrimas estariam ainda dentro dos meus olhos sem cair.

Mas eu não sei se esse pensamento me deixa feliz ou triste.

Tem dias em que isso me deixa triste. Eu teria uma vida feliz.
Eu seria bem diferente do que sou hoje.
Menos humor, menos loucura na alma, menos poesia no sangue.

Tem dias que isso me deixa feliz. Eu teria uma vida previsível e comum.
Eu teria sido mãe e esposa. E não essa tormenta interna, esse pulsa incessante de palavras e sensações que perambulam sem direção ou comando. Eu seria mais um na multidão com um RG. Menos um livro na prateleira, menos uma insana emoção.

Tem dias em que fico dividida.

Mas... mesmo que eu fique triste. Essa é uma vida que eu nunca terei.
Então, alegro-me com o que tenho. Eu mesma. E nada mais.

2 comentários:

  1. Ás vezes a Poesia é tristeza que empurra o sangue!... Nunca houve garantias, nem haverá, de uma coisa corresponder ao sonho que se perdeu... ou que se vai sonhar. Na verdade os sonhos apenas se perdem nos sonhos que não acontecem. A Poesia, não raro, revela finas transparências de loucura que se refugiam na sombra das cortinas. Ou dos espelhos.
    Mas...



    Abraço

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  2. meus sonhos não realizados
    tentam me punir
    mesmo supostamente fracassados
    insistem por existir

    mas entre sonhos suposições
    que instigam minha vaidade
    prefiro as sensações
    de uma verdadeira realidade

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